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Flexão do Infinitivo


Observe essa frase:

"Nós precisamos lutarmos para podermos vencermos os jogos
que vamos disputarmos, do contrário não iremos nos classificarmos."

Muito estranha essa frase, não? Lendo em voz alta, chega a soar mal. Claro que é um exemplo exagerado, mas o que queremos mostrar é a excessiva preocupação que algumas vezes podemos ter com a flexão do verbo no infinitivo.
Vamos ver um trecho da canção "Belos e Malditos", gravada pelo Capital Inicial:

"Belos e malditos,
feitos para o prazer,
os últimos a sair,
os primeiros a morrer
..."

"Os últimos a sair" ou "os últimos a saírem" ?
"Os primeiros a morrer" ou "Os primeiros a morrerem"?

Nesse caso, a dica é simples: sempre que o infinitivo for precedido por preposição (que, no caso , é "a"), é desnecessário flexionar o verbo.

"Os veículos estão proibidos de circular."
"Foram obrigados a ficar."

Vamos a outro exemplo, a canção "Há Tempos", gravada pelo Legião Urbana:

"...Tua tristeza é tão exata,
e o hoje o dia é tão bonito.
Já estamos acostumados
a não termos mais nem isso..."

O correto, do ponto de vista formal, é "não ter". Mas há quem defenda que a poesia permite esse tipo de liberdade. No caso, o plural - "não termos" - serviria para enfatizar, realçar a idéia do autor. Em um texto poético, tudo bem, é até possível. Num texto formal, nunca flexione o infinitivo precedido de preposição.


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